
Junichi Inoue é um humorista japonês de 37 anos. Ele vive em Tóquio e sustenta a esposa Makiko e os dois filhos, de três e um ano de idade, com uma renda mensal de cerca de ¥230 mil.
O valor é baixo para o custo de vida na capital japonesa, ainda mais com crianças. No entanto, ele conseguiu um apartamento de administração pública, destinado às famílias de baixa renda.
Por causa disto, Junichi paga um aluguel de ¥23 mil, o que é menos da metade do valor de mercado para viver em um kitnet na capital japonesa.
A família também recebe ajuda de custo para a creche dos filhos, o que reduz as despesas com as crianças.
“Há muitos serviços para pessoas como nós, famílias de baixa renda com crianças”, diz ele, que se orgulha em contar que a família faz uma viagem para o Havaí a cada um ou dois anos.
Junichi tem um blog e uma conta no Twitter, onde ele se apresenta como um cara que “ganha pouco”, mas “sabe economizar”. Como humorista, faz parte do duo Bruiser com o colega Nagayoshi. Em seus shows de stand up, eles gostam de tratar de assuntos como a economia doméstica.
Ele diz que chegou a juntar ¥1 milhão de pontos para usar em compras durante os anos de 2018 e 2019. Recentemente, deu dicas ao portal Nikkan SPA! sobre como viver bem no Japão e viajar mesmo com uma renda na casa de ¥2 milhões ao ano.
Em tempos de pandemia, muitas famílias sofreram com a queda de suas rendas mensais e a economia doméstica pode ter se tornado crucial para manter a qualidade de vida.
ESPECIALISTA EM USADOS
Junichi e Makiko não deixam faltar nada em casa, mas resolvem as necessidades da família e dos filhos sem muitos investimentos financeiros.

As roupas e brinquedos das crianças são doações de amigos cujos filhos cresceram e de mercados de pulgas. Gastam pouco ou nada para garantir as coisas que os filhos precisam.
Junichi conta que se inscreveu para testar produtos de empresas e conseguiu três carrinhos de bebês de graça neste esquema.
“No geral, se você não se importar muito com coisas usadas ou que não são de marcas conhecidas, você pode conseguir muitas coisas de graça nos tempos atuais”, revela.
As compras básicas são feitas com cartões eletrônicos ou de crédito. E as refeições fora de casa são economizadas com o uso de cupons de descontos.
“Não compro nada que não tenha um sistema de acúmulo de pontos. Tem gente que se envergonha de usar esses serviços, mas se são tão vantajosos, por que não usar?”, questiona.
Com as economias que fazem durante o ano, Junichi e Makiko levam as crianças para passar por uns dias nas belas praias do Havaí.
GASTO CONSCIENTE
A família não gasta dinheiro com coisas desnecessárias e Makiko diz que se orgulha da grande capacidade de economizar do marido.

“Meu pai trabalhava para uma empresa e tinha renda estável, mas era uma pessoa que desperdiçava muito. Desde pequena eu pensava que, quando me casasse, era melhor que fosse com alguém que sabe economizar do que alguém que sabe ganhar dinheiro”, comentou.
Ela compartilha com o marido o pensamento de que o dinheiro só deve ser gasto naquilo que é necessário, para que assim possam se dar a pequenos luxos eventualmente.
Makiko também entrou na onda de testar produtos e diz que não compra maquiagem há dez anos, graças as mercadorias que as empresas de cosméticos enviam para a casa dela.
Além das viagens ao Havaí, o casal faz refeições em locais luxuosos nas datas comemorativas e colabora junto para que a renda familiar dê conta desses momentos de diversão.
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