
Era novembro de 2014 quando uma senhora de quase 80 anos se identificou com o nome falso de “Momoe Ide” na recepção de um hotel na cidade turística de Beppu, região de Kyushu no sul do Japão.
A hóspede fez o check in e nunca mais foi embora. Passou cinco anos e quatro meses vivendo no hotel até que, em março de 2020, caiu no banheiro de seu quarto, foi levada ao hospital e acabou morrendo.
De acordo com a polícia local, a morte não confere suspeita criminal. Ao vistoriar o quarto, empregados do hotel encontraram cerca de ¥7,5 milhões em dinheiro vivo.
A diária do hotel era de cerca de ¥4 mil e durante todos os anos em que passou lá, a idosa gastou cerca de ¥7 milhões. Segundo a adminsitração, ela nunca teve dificuldades em pagar sua estadia.
Uma reportagem do jornal Yomiuri publicou detalhes sobre o caso, que tem sido visto como um “mistério”. Ao que tudo indica, a mulher não informou seu nome real, dizia não ter familiares e depois da morte, não pode ser identificada.

Além do dinheiro, o quarto continha seus pertences, joias e bolsas, mas nenhum documento que pudesse identifica-la. Ela sequer possuia a carteira do seguro de saúde.
No fim do ano passado, um funcionário da prefeitura de Beppu e do Departamento de Bem-Estar Social souberam que a senhora que vivia no hotel estava com problemas de saúde e vieram visitar.
A idosa tinha sintomas de gripe, mas se recusou a ir a um hospital.
Em janeiro de 2020, os funcionários voltaram a visita-la e desta vez disseram que poderiam apresentá-la para uma instituição de idosos. A senhora não os deixou entrar no quarto, recusou a oferta e disse que se sentia mais tranquila no hotel.
Nos meses seguintes, em fevereiro e março, pouco antes da morte, novas visitas foram feitas, mas ela insistiu que gostaria de ficar no hotel e disse que não tinha nenhum familiar vivo.

O corpo foi cremado e os restos mortais foram guardados em um ossuário da prefeitura, destinado aos mortos não identificados e localizado em um espaço de um cemitério local.
Como não foi possível identificá-la ou encontrar familiares, não há para quem entregar os pertences que ela deixou, inclusive o dinheiro.
A prefeitura cogita divulgar em uma página na internet para tentar coletar novas informações.
“É muito triste o fato de ela ter sido cremada pelo departamento público, por não ter sido possível descobrir sua identidade. Gostaríamos de encontrar um familiar e prestar condolências”, disse Hiroshi Tanabe, representante do Departamento de Bem-estar Social de Beppu.