
Yuki* nasceu como um garoto japonês, mas não se identifica com o seu gênero biológico. Desde os 3 anos, diz para a mãe que é uma menina e pede para usar roupas de menina, com detalhes bonitinhos.
A família é da cidade de Otsu, capital da província de Shiga. Hanako Sato*, mãe de Yuki, contou para a emissora Kansai TV que antes mesmo de falar, o filho apontava para as roupas de meninas e mostrava que queria usá-las.
“Ele tem uma irmã mais nova e no começo pensei que fosse influência dela. Depois respeitei o desejo dele e comecei a vesti-lo do jeito que ele queria”, disse a mãe.
Aos 4 anos, quando Yuki entrou na creche, Hanako conta que explicou a circunstância do filho, que então se vestia como uma menina. Cerca de um mês depois de começar a frequentar a instituição infantil, no entanto, a mãe pegou Yuki chorando e viu que havia algo de errado.
“Ele chorava e dizia que queria morrer e nascer de novo, como uma menina, que não era justo que havia nascido no corpo errado”
A creche tomou algumas providências em consideração a criança, como deixar que usasse o banheiro dos funcionários. Nos dias de tirar as medidas, Yuki precisava ficar nu na frente dos colegas e sofria com isto.
Logo as outras crianças começaram a praticar bullying por causa das roupas que ele vestia, o chamavam de mentiroso e danificavam suas coisas.
Hanako conta que cogitou parar de vestir o filho com roupas de menina, mas desistiu, pois entendeu que isto só o faria sofrer mais.
A mãe então resolveu consultar a creche para saber o que poderia ser feito para que Yuki não tivesse mais problemas com as outras crianças.
“Eles quase não me ouviram neste dia. Falaram que era o processo de crescimento e que queriam que eu consultasse um médico para saber se deveria fazer o que a criança queria”.
Hanako levou Yuki para se consultar e o médico deu o diagnóstico que a família já esperava, de que o coração da criança não estava de acordo com o sexo biológico. Yuki é uma menina trans.
Hanako conversou novamente com a escola, que decidiu mudar o método de tirar as medidas das crianças, para não constranger Yuki. A escola também prometeu que ficaria de olho com relação ao bullying.
No entanto, os colegas não pararam de tirar sarro de Yuki por se identificar como uma menina. A criança passou a ter um problema de perda de cabelo devido ao estresse elevado e deixou de frequentar a creche em outubro de 2020.
“Yuki se lembra repentinamente dos episódios de bullying e começa a chorar. Não quer olhar nos nossos olhos nem conversar, as vezes diz que quer morrer. Será que é impossível que uma criança transgênero possa conviver em paz com outras crianças?”, questionou Hanako.
EXPOSIÇÃO
Como se a situação não fosse suficientemente delicada, a família ainda foi surpreendida por uma outra questão.
A creche e a prefeitura de Otsu divulgaram o caso de Yuki em suas páginas oficiais na internet e sem autorização da família.
Hanako levou um susto quando viu que, no site da creche, havia uma mensagem sobre o caso de Yuki. “Um menino de 4 anos que entrou na creche este ano não se identifica com o gênero masculino. Ele fez uma consulta sobre isto em novembro”.
O pequeno relatório do caso chocou a família. O nome da criança não foi divulgado, mas Hanako sentiu que todos saberiam de quem se tratava e que Yuki não poderia entrar na escola primária naquela cidade.

A emissora Kansai TV perguntou sobre o ocorrido para a prefeitura, que pediu desculpas.
“Pensamos que não seria possível identificar a criança, mas depois nós entedemos que se trata de um caso raro e por isto a publicação foi inadequada. Pedimos desculpas pelo ocorrido”.
A mensagem foi tirada do ar e a prefeitura entendeu que Yuki precisava de um apoio especial. Um funcionário especializado foi designado para cuidar do caso, mas depois de tudo que passaram, a família decidiu ir embora da cidade e recomeçar em outro lugar.
Hanako não se conforma com a maneira como a sociedade trata uma criança transgênero, apenas por não se identificar com o sexo biológico.
“Yuki me disse desde pequeno que não se identificava com o corpo que tinha, mas neste mundo acredito que há muitas crianças que sentem o mesmo e não conseguem dizer e sofrem por isto. Quero que a sociedade saiba que tem muitas pessoas no mundo, que nem todos se comportam como o esperado”, desabafou.
Ela acredita que a solução para que crianças como Yuki possam viver em paz, em harmonia com seus próprios corações, depende mais das atitudes dos adultos do que dos pequenos.
“Se nós adultos não obtivermos o conhecimento e a compreensão correta, não poderemos passar isto aos nossos filhos. Yuki já vai entrar no 1° ano da escola primária e ainda não conseguimos decidir com que tipo de uniforme deve frequentar as aulas”, diz.
*Nomes fictícios
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Sentimento 😔 interior,ainda mais uma criança, pelo q se refere a decisão é a aparência de sua personalidade sobre seu ser, não diz a respeito que ela quer estar com as outras no intuito de alguma outra intenção,estilo estar junto ou conquistar em volta,se ela tem vergonha é pq não se sente bem,alem o mais as características de querer representar seu ego,a feminilidade de seu ser. Não vejo maldade, só se fosse em relação a mau comportamento perante a sociedade,mas regras,alem disso como acreditam em antepassados,e se é a bachan em pessoa,vai quererem q seja bachan no hito como tá e não gosta, assim seria daisuki janai no hito,kkkk,mas é triste msm,tem q respeitar a opinião.Quem sabe um dia se a criança achar q tem q ser homem de verdade,ja vai estar pronto é só se trocar,nas momento pede entendimento,ja q não mudança de sexo pela idade, alem do mais o nome é unissex,o que o faz ser ótimo o entendimento humano.
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