Filme abordará questões como a exploração de estagiários, processo dos refugiados e condições desumanas nos Centros de Imigração.

O autor de obras de não-ficção e diretor de filmes, Chanyu Ko, de 74 anos, adotou para si a missão de mostrar aos japoneses a realidade de muitos estrangeiros que vivem no arquipélago nipônico.
Chanyu está planejando um documentário especial, que irá abordar as questões de direitos humanos e discriminação contra residentes estrangeiros no Japão.
Segundo uma. reportagem do Jornal Asahi, a obra deve mostrar a realidade dos estagiários asiáticos, os problemas dos refugiados e imigrantes e as péssimas condições nos Centros de Imigração.
Sobre os estagiários, Chanyu quer mostrar as circunstâncias que levam muitos asiáticos, como vietnamitas ou chineses, a trabalhar no Japão no programa de estágios do governo (Ginou Jisshu).
Muitos desses trabalhadores enfrentam problemas como horas de trabalho excessivas e baixa renda, além de dívidas que os impedem de deixar o serviço mesmo quando as condições são desfavoráveis.
O documentário deve questionar ainda a taxa de qualificação para o reconhecimento de refugiados. O Japão segue as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) para a aceitação de estrangeiros que estavam em situação de perigo em seus países de origem.
No entanto, apesar. de receber cerca de 10 mil inscrições por ano, não concede o visto para mais do que algumas dezenas de pessoas. A avalição dos casos é demorada e os estrangeiros devem provar, através da emissão de documentos, as condições de vida nos países de origem, o que nem sempre é possível.
As condições dos Centros de Imigração também estarão no foco do documentário. Os estrangeiros com residência ilegal no país costumam sofrer detenção e ficam nos centros por anos, até que consigam o direito a um visto especial ou sejam deportados.
No entanto, os centros são criticados por não fornecer a assistência de saúde necessária, resultando em negligência e eventualmente em mortes. No documentário, Chanyu trará entrevistas com apoiadores da cingalesa Wishma Sandamali, que morreu aos 33 anos no Centro de Imigração de Nagoya (Aichi) por falta de assistência médica.
A história de alguns homens iranianos, que não foram reconhecidos como refugiados e sofreram pressão para retornar ao país de origem, também será contada.
Segundo o jornal, através deste trabalho, Chanyu Ko visa mostrar para a sociedade japonesa um Japão que poucos conhecem. Ele acredita que um aumento de consciência entre os próprios japoneses é o caminho para que mudanças positivas ocorram na vida dos estrangeiros que estão no país.
A luta de Chanyu Ko

Não é de hoje que Chanyu Ko luta contra a discriminação de estrangeiros no Japão, um problema que ele enfrentou durante toda a vida por causa das raízes no país vizinho.
Chanyu nasceu e cresceu na província de Osaka, como um cidadão coreano de segunda geração. Os cidadãos de origem coreana, que vieram ao Japão durante a Segunda Guerra Mundial e no tempo em que a península foi ocupada pelos japoneses (1910 – 1945), sofreram muita discriminação.
Muitos coreanos acabaram vivendo as sombras dos japoneses, escondendo suas origens para não sofrerem preconceito. Até hoje, jovens de origem coreana têm o costume de adotar um nome japonês na escola, evitando assim que os colegas saibam de suas raízes.
Como escritor, Chanyu publicou livros que tratam sobre a lei de registro de estrangeiros de 1952, que obrigava os residentes a carimbar a impressão digital no certificado de registro de estrangeiro. Depois de muitas críticas e uma movimentação dos residentes coreanos, o sistema acabou abolido.
Entre os trabalhos de Chanyu há também uma publicação sobre as escolas para crianças coreanas, que foram excluídas do sistema de subsídios do governo japonês, outro caso que levantou questões sobre discriminação.
Para viabilizar o documentário, o diretor precisa arrecadar ¥2 milhões e iniciou um financiamento coletivo. Os apoiadores serão contemplados com divulgação do nome em agradecimento, DVD e convites para assistir a exibição pública do documentário.
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Eu foi vítima de agressão de um shain levei um tapa na cara porq eu não tava usando máscara eu tava na hora do meu intervalo tomando suco acontecimento dia 14 de junho fui delegacia uma eternidade pra fazer B.O a própria polícia tava colocando varios obstáculo pra eu não fazer.
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Sinto muito que vc tenha passado por esse absurdo. Se quiser contar a sua história, mande um e-mail para japaosemtarjas@gmail.com
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